8 de outubro de 2013

F1 - O Combate do Gigante Por Uma Modesta Posição.







Na minha casa só eu assisto F1, não é possível compartilhar no meu lar nenhum assunto sobre os pilotos da melhor competição de carros do planeta, meu irmão sente ânsia só de ver (aproveita o assunto para me mostrar o quanto ele é um cara irônico), minha mãe por vezes não diz nada, mas pelo jeito, imagino que ela considere um esporte pedante. Nas madrugadas de transmissão de GP eu me sinto à pisar na lua, isso é muito legal, eu reconheço. Eu não tenho manias estapafúrdias de torcer para o azarão das pistas, prefiro ver o atual campeão ser vítima de uma "cochilada" em uma chicane traiçoeira. Mas que essa distração não resulte em acidente é claro. Não torci, por exemplo, pela morte de Schumacher na volta 0 no circuito Inglês a 300 km p/ hora em 1999: Soubemos depois pelos médicos, que o resgataram, que havia marcas de botões do volante em seu capacete, tamanha foi a pancada e que ele saiu com as 2 pernas quebradas. Eu não sou trapaceiro como ele, só torço para que as condições do "pega" melhorem. Sinto que é melhor que chova as vezes, assim pilotos menos equipados podem se dar bem em pistas de baixa velocidade. Analisando o fator técnico dos pilotos, considero atualmente, Alonso e Raikonnen os melhores, eles me lembram os verdadeiros campeões, os "Racers". Mas como se percebe qualidades em um piloto dessa competição nos dias evoluídos dos engenheiros projetistas de hoje em dia? Para mim a performance é uma meta a partir do equipamento disponível. Um modelo padrão herdado pelo que víamos ser extraído de Ayrton Senna. Depois dele, que é um rei para mim, para quem eu iria torcer? Hamilton, de "Benz", carro mais potente e equilibrado que a Ferrari e a Lótus, e mesmo assim estando sempre atrás? Não. Acho também que não sou obrigado a torcer para o Massa, ele me cansa! E eu sou patriota mas nem tanto! (visto que eu não torcia pelo o carisma de Senna e sim pela sua enorme capacidade mental e funcional). Comparando essa questão, é como fazemos ao considerar um jogador de futebol "internacional". Todos não temos um preferido? Sim. Quem está brilhando no campeonato mais disputado do momento? Neymar (o Brazuca), eu não o elegeria meu favorito só por que é brasileiro ou porque me parece um cara legal, para mim e a maioria ele está roubando a cena - e como é bom ver justiça nos gramados do mundo. Eu faço o mesmo na F1, não importa se é um esporte bastante puxado para a ideologia da Europa (e inteiramente "fabricado" nesse continente), só faço isso porque sou um cara que preza pelo que é justo, sou atento a isso. Mas e você, trabalha isso em si próprio? Pois bem, quem é o cara da F1 nos dias de hoje? Talvez seja difícil dizer que alguém prove algo mais que o Vettel. Por que o lema na F1 é quem prova mais não é isso? Negativo, para mim não, os números dele não me impressionam. No último domingo na Coréia do Sul, ele esteve sim acima da média, conduziu bem seu bólido, mostrou serviço e não cometeu erros estúpidos. Mas só por isso os críticos querem comparar sua carreira a de Senna? Não sejamos levianos! Já Raikonnen, só para frisar um pouco de equilíbrio, bateu mais uma vez alguns carros superiores com sua Lótus, mesmo largando em 10º no grid e, se as mudanças de fama drástica acontecerem de uma forma relevante em 2014 teremos seu favoritismo no próximo Chassi da Ferrari. Não se enganem com Alonso, que sempre apavora nas largadas, dessa vez com uma Ferrari abaixo do equilíbrio que se esperava, até iniciou bem, mais não teve espaço na primeira curva da pista e perdeu chance de arrancar nas primeiras posições, mas ao contrário do que o narrador da Sportv mencionou, dizendo que ele cometeu um erro, na verdade ele saiu fora da pista por méritos, pois desviou seu carro de outro mais bem colocado, a primeira curva da pista após a linha de largada era muito próxima, e os pilotos também dependem do rendimento dos carros a sua frente. Adiante, Massa retardou demais a freada - parecendo que precisava de um GPS - como se ele soubesse fazer isso sem passar do ponto na curva, levou um toque na roda esquerda numa fechada ilegal de Rosberg e rodou já no início, ficou um tempinho parado no meio da pista (caindo para último) e se não fosse a área de escape a concorrência tinha se atrasado mais ainda para ultrapassar o "estorvo". 
Quem foi para o autódromo parece que se divertiu sim, é verdade, o desempenho da Lótus, aliás, dos pilotos, foi espetacular, eles não só continuam dando trabalho para a Ferrari, Mercedez e McLaren, como fizeram valer o ingresso. Quando Raikonnen se aproximou de Grosjean e o ultrapassou um pouco antes da chegada de uma curva, como outra que ele já havia aprontado no GP da Áustria ( 1º prova do ano) por fora em uma chicane para cima do Hamilton, percebi que ainda há uma boa dose de valor nesse esporte. 
As emoções não pararam por aí, na metade da prova Rosberg (no momento em 4º) vinha numa crescente, pegou o vácuo de Hamilton, ultrapassou ele mas o bico do seu carro se soltou, arrastando faíscas pelo trajeto. Olhei e desanimei, "foi-se a ameaça de Vettel". Rosberg se obrigou a ir aos boxes, caiu muito e não incomodou mais. É nítido e escancarado que os combates na F1 agora são mais frequentes por posições mais modestas: 3º, 4º, 5º ou 6º lugares. A culpa é da FIA? Da carta branca a toda tecnologia? Quem sabe, eles nunca contribuíram para uma competição melhor entre as equipes mesmo, por conta dessa incompetência é que as artimanhas dos pilotos mais arrojados (ou a existência deles) se tornaram lenda. 
A certa altura o pneu de Perez se espatifou e trouxe pela segunda vez (eu acho) a entrada do carro de serviço. Com isso quem perdeu foi Webber (RBR), outra ameaça de Vettel, se não estivesse largado em 13º. Na volta 41 a relargada, ele foi atingido por Sutil e teve seu carro danificado e envolvido em chamas, ele se mostrou bastante desanimado ao abandonar o Cockpit, parecia ter desistido da vida, nem parecia temer uma lambida daquelas labaredas no corpo. 
Esquecido em seu domínio Vettel já foi abrindo vantagem, Alonso (em um péssimo dia da Ferrari) ultrapassou Hamilton mais levou o troco segundos depois. Em seguida apareceu o gigante do GP numa Sauber resfolegante: Era Hulkenberg. Hamilton comeu poeira, depois, vergonhosamente, pediu sugestões via rádio aos instrutores da sua equipe (Mercedez). Como se o Lauda (ex-piloto, hoje presidente não-executivo da equipe) pudesse fazer muito por ele naquela situação. Ele, por vezes, até recuperava a 4º colocação, mas levava o troco sempre na sequência. Foi assim por vezes, pouco minutos, mas preciosos para a disputa. Hulk deu com insistência uma "bucha", desenvolvendo um melhor traçado. 
Na última volta, de modo trivial e pouco considerado, Vettel passou na bandeira quadriculada, vibrou, mas nem tanto quanto Hulkenberg faria. Depois dos comerciais, no fim daquela madrugada, com um sono lunático, esperei os pilotos subirem ao pódio com a mente muito cansada, acho que confundi a situação. Vi o Raikonnen no pódio (2º) o Vettel com seu humor de criança esperando o próximo... Grosjean? Droga, é mesmo, achei por um instante que Hulk subiria aquele 3º degrau, algo deveras especial pelas circunstâncias.


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