28 de fevereiro de 2014

O Apelo de Madonna


Sabe aquele ditado sobre crianças: "Garotos odeiam garotas"? Nem tanto. Nos anos 80, mesmo sendo só um pirralho eu era apaixonado pela Madonna. Com certeza eu compartilharia meu mundo lúdico com "Donna" - mulher em italiano -, eu deixaria que ela mexesse em meus brinquedos, tudo por uma aproximação, isso por que ela não era qualquer uma... Sim, imaginação de criança.
O fato é que e eu "pagava uma rajada" para ela. Não sei se pela noção da fama que ela tinha de "namoradeira", mesmo eu não tendo em casa acesso a canais que promovessem a música como a MTv, porque na programação nacional - aberta - direcionada para "jovens adultos" eu metia o bedelho. Eu lembro de um programa bem fuleiro de vídeos, eles costumavam opinar sobre os artistas polêmicos da época e deixavam escapar muita histórias pessoais. Desde o início Madonna sempre foi exposta como uma pessoa de sexualidade rebelde, explosiva e com emoções saindo pelos poros. 
Era um período meio incompreensível para mim, as pessoas não tinham bem uma preferência musical, ou várias condizentes - como nos dias de hoje. Para se ter uma ideia, entravamos em lojas de discos sem saber "nadica" de nada de música e os vendedores nos convenciam do que comprar. Era como ir ao açougue ou a granja sem a certeza do que queríamos comer. Um dia, sem saber entramos lá e meu pai aceitou um vinil da Madonna. Lembro da capa, a enorme face dela, clicada, ostentando sua pinta junto a boca, seu visual loira estilo Marilyn Monroe em seu trabalho intitulado "Who's that girl".
Décadas depois, com a modernidade dos veículos de música pop e sua disseminação por canais de internet, mesmo com a Madonna só aparecendo em tabloides especializados sobre "vida amorosa pública", não escuto outro nome entre as cantoras com ligação maior ao sexo como o dela! 
Em um passado recente, Britney Spears mostrou para o que veio, tinha mesmo apelo sexual, hoje no cenário musical contemporâneo: Miley Cyrus embarcou numa de se redefinir em um estilo mais excitante, mas eu duvido que elas, como a minha preferida, poderiam chamar atenção até dos inocentes. Se é que eu era.