21 de junho de 2013

São Bernardo nas Mãos da Incoerência (Manifestos em S.P.)




Ontem a noite, mais ou menos 21h, cheguei ao habitual ponto de ônibus em São Bernardo do Campo e percebi um tráfego indevido de todo o tipo de veículo pelos corredores do TRÓLEIBUS, foi o primeiro sinal de desordem. Logo compareceram viaturas de controle de Trânsito - DENATRAN -, o ônibus demorou, decidi ir a pé até Diadema, e ao chegar ao centro vi uma movimentação de jovens, com rostos encamisados destruindo lixeiras públicas, percebi uma multidão mais a frente em confronto com a polícia, nenhum transeunte poderia atravessar qualquer uma das avenidas, havia um alto risco de ser confundido com um dos alvos. Constatei que realmente os funcionários isolaram o terminal da Metra, muita baderna. Esperei o devido momento e segui de olhos bem abertos, vários destruindo a cidade, quebrando orelhões, semáforos, barricada na Av. Lucas Nogueira Garcez, o problema é que para vir eu tinha que estar sempre ligeiro. A polícia chegava por todos os lados, barulhos de tiros de borracha, você via o pânico na retina das mulheres que ameaçavam chorar, elas se auto-protegiam, isso é que me dava muito ódio. Eu vim conversando com a Gaby no celular e passando toda a situação, entre homens irritados escutava-se reivindicações em conversas sonoras sobre a questão dos salários mínimos - isso comparado ao de um vereador. Tentaram entrar na Prefeitura de São Bernardo, de longe vi que os GCMs - ou outra divisão - fizeram um cordão para evitar o sucesso. 
Todo mundo aqui sabe a fama que tem São Paulo, que é uma terra acolhedora de nordestinos, todos sabem que esse sangue colorido, avido por justiça, iria a qualquer momento lutar por seus direitos nas ruas, a redução da tarifa foi só o começo, talvez o motivo mais inteligente de por fogo no circo verde e amarelo de Brasília - em sentido figurado. Mas o que aconteceu de errado foi o mesmo que na política, que há politicagem no meio, da mesma forma, os protestos que não tem liderança abrem uma porta para saqueadores e vândalos. Não existe protesto pacífico em Sampa, não há organização garantida, e há motivação de sobra para o quebra-quebra, ninguém esqueceu a história dos país, do ancestral que sangrou ou morreu não só na ditadura, mas desde que Brasil era colônia. 
Outra bomba estourou na véspera, uma faceta do país mais violento do mundo, um traço de personalidade mascarado com fantasia de herói. Eu descrevo analogia, por que vi várias pessoas descontroladas misturando tudo a um clima amistoso, risadas, pessoas contentes. Dez caras se esforçaram para derrubar um poste com semáforo, e quando conseguiram foram ovacionados pelos restantes do bando, "Pronto, dez super-heróis, salvaram o mundo" - pensei. Esse tipo de brasileiro nem sempre distingue o tipo de humor para o momento. Houve falta de coerência, arremessaram pedras em lojas, lanchonetes e afins. Isso é válido? O alvo é o governo, o comércio e qualquer outro estabelecimento tem de ser preservado. Não é uma guerra de classes, é uma insatisfação com administração do país. Quem protesta mesmo é organizado, essas pessoinhas do mal, invasoras de espaço, de alguma forma tem de ser afastados, e isso é problema que o movimento não merecia ter que coibir, e mas do que nunca, também problema do governo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário