1 de maio de 2013

O Curinga do Jogo (Zagueiro Lúcio)



Lúcio, notável zagueiro com uma vasta experiência em campeonatos internacionais, chegando aos méritos de marcar o gol de honra na final da Liga dos campeões pelo Bayer Leverkusen em 2002, ali ainda no início da sua carreira, e dentre outras cobiçadas conquistas, o tricampeonato pelo Bayer de Munich, é sim, detentor de uma ficha respeitável como jogador, mas há pouco (1º de Maio), para os entendidos desse esporte, foi a vez de decepcionar com sua atuação, e justamente pelo soberano São Paulo Futebol Clube. Aos 35 minutos da primeira etapa, numa disputa de gigantes, válida pelas oitavas de final da taça Libertadores da América - 2013, entra de uma forma leviana em Bernard, jogador do Atlético Mineiro, cometendo falta dura, quando já tinha cartão amarelo, e por essa, sendo expulso. Com a múltipla presepada num só lance que 1°: Chegou atrasado; 2°: levantou o pé acertando o abdômen do adversário; 3°: Num momento em que o nosso time dominava passeando em campo e 4°: desnecessariamente quando ainda vencíamos por 1 a 0. A partir daí, o São Paulo se desestabilizou totalmente e despencou com uma derrota de virada para o Galo. Diante disso, se for preciso que nós, de listrado: Vermelho, Preto e Branco, digamos algo, que a consciência do Sr. esqueceu de tratar, cara: enfia sua cabeça de baixo de uma ducha gelada e fica lá um bom tempo refletindo o quanto você foi ignorante. E como alguém consegue estar tão alheio a um momento tão cômodo na partida? Ele estava lá realmente? Estava presente, com sua atenção?
Eu já joguei bola, na verdade, há momentos em que, numa partida em desvantagem, no placar e posse de bola, uma entrada mais dura do adversário em nosso companheiro, nos incita quase que uma inevitável reação enérgica, ainda mais se a arbitragem já estiver prejudicando o time. Futebol é sim um jogo emocional. Isso é um fator de desiquilíbrio e complica ainda mais. Mas alguém aí, que divide o vestiário com esse sujeito, gritou em direção aos seus tímpanos que não se agride outro num momento tão favorável para nós? 
- Ninguéééém estaaava afiiim de daaar pancaaaada. - E eu digo pela torcida.
O estranho é que não haveria de ter precisão, pois onde é que estava aquela bagagem profissional nesse momento? Acho que ele esqueceu no armário, dentre os seus apetrechos de boleiro, junto com a concentração. 
É natural ter raiva do Lúcio. Afinal, o futebol de Charles Miller, que não nasceu mas foi popularizado aqui, desde uma versão extraída dos campos Ingleses, com base no código de regras de Cambridge, empacotado junto as suas bugigangas de jogador, quando regressara de uma viagem da Europa para São Paulo, defende, desde então, a competitividade no seu caderninho de regras, e não tem se quer, parcela alguma de culpa nas patotas envolvidas nas partidas. A não ser que você, que fica cego de revolta pela derrota do seu time, queira responsabilizar o cara por facilitar, em seu script, inconscientemente, um tipo de reação colateral de regra. Não seria uma ideia estapafúrdia? Por isso, não culpem o esporte, não culpem Charles Miller, ele não merece. Para nós, que entendemos de bola, e entendemos também todos os fatores que envolvem uma partida, sabemos que o grande vilão está nitidamente instalado na cabeça de Lúcio. Sim, foi uma estupidez emocional, eu diria. Os nervos de um único jogador hoje foi uma espécie de carta Curinga. O que derrubou o melhor time - pelo menos naquele momento da partida -, o palhaço do jogo. Se você pesquisar, pelos diversos dicionários de língua informal, nas gírias do futebol, Curinga é uma espécie de jogador de várias posições, tão bom que pode exercer qualquer função na partida. Podemos dizer que Lúcio está apto, por toda a sua história, a ser esse tipo de jogador, afinal é conhecido por ser um zagueiro que se arrisca no ataque, mas pelo que apresentou a alguns minutos, essa sua performance o elege a ser um tipo híbrido de Curinga, aquele que decide sim uma partida, mas com as cores do adversário.

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